quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Pesquisa revela que oportunidade de comprar segundo imóvel aumenta

Em média, dois imóveis  são adquiridos por compradores em suas vidas. O índice é variável de acordo com a idade dos interessados: até os 29 anos o índice é de 0,2 imóvel e acima dos 50 anos, alcança 1,8. Os dados, da área de Inteligência de Mercado da Lopes, também revelam um comprador mais engajado em adquirir a segundacasa.

O levantamento também indicou que mais de 70% dos entrevistados com mais de 40 anos que estão procurando imóveis para compra, atualmente, já residem em imóveis próprios.

Entre todos os entrevistados, 56% pretendem realizar a primeira compra e praticamente todos visam moradia própria (96%). Somente 4% indicaram que a finalidade da compra seria parte de algum investimento. No caso de daqueles que já compraram imóveis anteriormente, a proporção aumenta para 21% dos respondentes.

De acordo com Cristiane Crisci, diretora de Inteligência de Mercado da Lopes e responsável pela pesquisa, o consumidor está mais informado sobre os lançamentos imobiliários. Aumento da renda, menores taxas de juros ao contratar um financiamento e crescimento da população economicamente ativa também são fatores positivos. “Finalmente temos um cenário favorável e as pessoas estão mais confiantes para realizar a compra do primeiro ou segundo imóvel”, analisa.

Ao realizar análise por renda, notou-se que 75% dos entrevistados com renda familiar mensal até R$ 9.999 ainda não adquiriram o primeiro imóvel. A amostra do estudo foi composta por 1.199 entrevistas, realizadas em junho e julho de 2012.

Fonte: O Dia 

domingo, 28 de outubro de 2012

Mercado Imobiliário - Quebrando o Porquinho


Quando comecei a rabiscar os tópicos que eu gostaria de abordar nesse texto, de cara passei a tesoura no ego para não correr o risco de tentar escrever um tratado de economia e nem exercitar a futurologia que, ao final das contas, não têm utilidade preditiva nenhuma para estabelecer qual é o melhor investimento ou a maior furada financeira nesse momento no Brasil.

Afinal, somos um País de técnicos de futebol e, claro, todos nós arriscamos um conselho para um amigo ou um parente, utilizando nossos “fartos” conhecimentos de economia. Mas vamos ao que interessa para analisar apenas a constatação dos fatos e dados disponíveis na imprensa, web e alguns estudos de especialistas.

Depois de quase meio século, alguém teve peito para mexer numa “instituição” brasileira: a poupança.

Parabéns à Presidenta Dilma Rousself, não pela lógica econômica do ato (manutenção da atratividade dos títulos da dívida pública), mas pela disposição política de alterar um traço cultural do País.

Desde 1861, quando foi instituída pelo Decreto nº 2.723, a poupança teve fixada sua remuneração em 6% ao ano. Alterada em 1964, ganhou uma parceira de remuneração – a correção monetária – até ter a versão final em 1991, que soma os juros fixos de 0,5% ao mês com a TR (Taxa Referencial).

As novas regras da poupança, anunciadas pelo Governo no início de Maio, determinam que sempre que a Selic ficar em 8,5% anuais ou menos, o rendimento da “nova” poupança vai render 70% da Selic, mais a TR.

Dia 30 de Maio, a casa caiu. O Banco Central cortou a taxa básica de juros (a Selic) em 0,5 ponto percentual, indo de 9% para 8,5% ao ano.

Na teoria, a cruzada contra “a lógica perversa” do setor financeiro deflagrada pela Presidenta Dilma, é correta na medida em que os juros altos dificultam o crescimento da economia.

Na prática, há pouco impacto na vida do cidadão comum e de quem precisa usar o cheque especial ou cartão de crédito. Só um baita embaraço para explicar que ainda vale a pena abastecer o porquinho. Porque é justamente o cidadão comum, basicamente os de menor renda, que forma o público fiel da “caderneta de poupança”.

Por outro lado, os gurus de plantão enumeram uma penca de razões para apostar as fichas no mercado de ações – o custo de oportunidade de investir em ações diminui, proporcionando um impulso para esse mercado – e no mercado imobiliário.

Quanto às ações não vou me arriscar: não tenho dados nem expertise para isso. Já o mercado imobiliário, dá para fazer uma fezinha.

Nas grandes cidades os preços só fazem subir e as construtoras experimentam um momento único de euforia. Das metrópoles ao interior, canteiros de obras pontilham o tecido urbano numa oferta que, como os preços mostram, não dá conta da demanda.
Antes mesmo da série histórica de reduções dos juros, o mercado já demonstrava esse vigor. Com a queda dos juros imobiliários então, associadas a um ambiente macroeconômico favorável ao crescimento da renda, a expectativa é de expansão da oferta de crédito e de grandes oportunidades em real estate.

O índice FipeZap que mede a valorização mensal do mercado imobiliário em algumas das grandes cidades brasileiras, aponta uma desaceleração nos preços. O composto nacional valorizou apenas 0,9% no mês de Maio/2012.

Contudo, entre Janeiro de 2008 até Maio deste ano, os imóveis na capital paulista sofreram valorização de 138%. No Rio de Janeiro, o mesmo período registrou um aumento de 172%. Desaceleração ainda é crescimento.

Transporte esse quadro para o Espírito Santo... para a Região Metropolitana da Grande Vitória... mais precisamente, para Vila Velha.

Itapoã e Praia da Costa sofreram valorização de 11,3% nos últimos 6 meses. Itaparica, 9,8%.... NOS ÚLTIMOS SEIS MESES.

Até 2017, só nesses bairros, serão mais 36 mil pessoas. 74% dos imóveis em construção naquela área já estão vendidos.

Isso é prova de que os investidores dos 2 grandes shoppings que estão sendo construídos na região não estão doidos. Eles estão baseados em premissas demográficas e socioeconômicas que demonstram as transformações pelas quais passará a demanda habitacional em Vila Velha. E aí? Esse monte de número não é convincente? Tem mais então!

Tá rodando nas redes sociais um comparativo bastante ilustrativo.

Quem comprou um carrão em 2007 por R$130 mil, não consegue vendê-lo agora por R$70 mil e ainda pagou R$18 mil de IPVA.

No mesmo ano, quem comprou um apto de R$70 mil, hoje tem um patrimônio no valor de R$130 mil e ainda faturou R$72 mil de aluguel.

Tá na dúvida ainda? Ahhh... tem o caso da Encol! Em 1999, né?
Amigo! O risco desse pesadelo é o mesmo do seu banco quebrar. É a mesma coisa que pensar que o Governo não vai honrar o pagamento da dívida pública. Ou seja, o risco é baixíssimo.

A saúde das construtoras, que movimenta em sua cadeia produtiva R$215 Bilhões e representa 6% do PIB, diz muito sobre o estado da economia. A construção civil emprega 10% da população economicamente ativa. Os investidores estrangeiros estão enlouquecidos pelos papéis das empresas do segmento que têm capital aberto. Não é um setor perfeito, mas nenhum outro é. Tem problemas a serem resolvidos e os novos modelos de gestão e governança estão sendo cada vez mais difundidos.

Como eu disse: fatos, dados e constatação. Além do mais, o pai do meu pai, e o meu pai me diziam que comprar imóvel era a melhor coisa. Acredito neles. Que visão!

Eu quebrei meu porquinho.

Por Sérgio Nunes www.sndiconsultoria.com em 05/06/2012 (fundador da SNDI Consultoria de Marketing e Gerente Comercial da Avalon Construtora) 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Estudo da FGV afasta Temor de Bolha Imobiliária no Brasil


A Fundação Getúlio Vargas realizou um estudo para saber se a subida expressiva dos preços de imóveis no Brasil, em especial em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, estariam ocorrendo pela especulação desenfreada no setor. Há rumores entre os investidores de fundos imobiliários que a expressiva valorização desses nos últimos anos poderia ter se dado pela formação de uma bolha imobiliária.

As bolhas imobiliárias são subidas insustentáveis de preços no mercado de imóveis, sem base real na demanda dos compradores. O estudo da FGV no mercado imobiliário em São Paulo apontou que não há indícios da formação de bolha imobiliária. Foram usados métodos de pesquisa desenvolvidos pelo estudioso do mercado imobiliário Peter Phillips.

De acordo com os pesquisadores da FGV, o perigo da formação de uma bolha imobiliária não pode ser completamente descartado no país, embora eles não tenham encontrado nenhum indício contundente do fenômeno. Ainda segundo o estudo, a elevação expressiva dos preços de imóveis teria sido gerada por fatores normais do mercado, associados ao aumento da demanda impulsionada pela facilitação das condições de crédito.

Além do barateamento das taxas de juros nas linhas de crédito, anunciadas recentemente, outro fator chave para o barateamento do crédito imobiliário foi a iniciativa do Governo Federal no setor, com o lançamento do programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Por Matheus Camargo

Fonte: Dinheiro na Conta 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Imóvel é a intenção de compra de 9 milhões de pessoas


Pesquisa do Data Popular aponta que as classes C, D e E são as que mais contribuíram para aumentar significativamente o número de famílias brasileiras que declararam intenção de comprar imóvel em prazo de 12 meses, a contar do final de 2010, data em que foram pesquisadas.

Em dois anos, a demanda por imóveis quase dobrou. Para além de 9 milhões de pessoas declararam a intenção, o que soma 4,9 milhões a mais do que no último trimestre de 2008.

Segundo o estudo, quanto menor o rendimento da família, maior é o percentual de casas como tipo de habitação. Nas classes D e E o número de pessoas atinge 95% dos que têm intenção de compra.

Na classe C, nos próximos 12 meses 50% das famílias pretendem adquirir terreno para construir; nas classes D e E a fatia é de 36%; e na alta renda é de 14%. Na classe C, os apartamentos aparecem com 49% das pretensões; 31%, na A e na B; e 20%, nas classes D e E.

Entre os que apontaram intenção em adquirir um imóvel, 83% estão nas classes de perfis econômicos C (com renda familiar de três a 10 salários mínimos); D (um a três) e E (até um salário mínimo). Os restantes 17% são formados por pessoas que pertencem às classes A e B, com renda de dez a 20 salários mínimos.

A pesquisa foi realizada em 35 municípios brasileiros. Especialistas apontam o aquecimento da economia e o programa Minha Casa, Minha Vida como os principais fatores para o crescimento da intenção.

Os consumidores de baixa renda sempre lideraram a intenção de compra da casa própria, porém em percentuais mais discretos. Antes do programa Minha Casa, Minha Vida, eles apareciam com 61% na intenção de compra, e os outros perfis, com 31%.

Fonte: R7 

sábado, 20 de outubro de 2012

Cresce o número de pessoas que moram sozinhas no Brasil

As unidades domésticas com apenas um morador aumentaram de 8,6% para 12,1% na última década. Fenômeno característico dos grandes centros urbanos, ele tem sido observado com mais frequência em estados com índices mais altos de envelhecimento da população: Rio de Janeiro --onde esse tipo de unidade doméstica passou de 11,2% para 15,6% no mesmo período-- e Rio Grande do Sul, que subiu de 10,9% para 15,2%. 

De acordo com dados dos Indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico 2010, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), vários motivos explicam esse aumento. Entre eles, a elevação da expectativa de vida --que leva muitos idosos a morarem sozinhos, uma vez que não dividem mais suas casas com parentes--, a verticalização das cidades e a diminuição do tamanho das residências e ainda o aumento das separações conjugais.

Segundo o levantamento, entre as capitais, Porto Alegre (RS) lidera o ranking de pessoas que moram sozinhas,respondendo por 21,6% das unidades domésticas unipessoais.

A gerente de Coordenação de População e Indicadores Sociais, Ana Lucia Sabóia, enfatizou que essa média se aproxima do patamar de cidades europeias. "Isso já é um percentual comparável ao de Barcelona e Lisboa, que são locais onde a proporção de unidades domiciliares unipessoais é bastante elevada", disse. 

No outro extremo, aparecem os estados do Amazonas e do Maranhão, que mesmo com aumento na última década, ainda detêm os menores percentuais de pessoas que vivem sozinhas. No primeiro estado, a proporção de unidades domésticas unipessoais passou de 5,3% para 8% entre 2000 e 2010, no segundo, de 5,3% para 8,1%.

Além disso, sete em cada dez unidades domésticas no país têm apenas um responsável pelo domicílio. "Entre os municípios das capitais, Florianópolis tem a taxa mais baixa, com 59,9% das unidades com apenas um responsável, ou seja, lá a responsabilidade compartilhada é mais frequente do que nas demais capitais. Já em Salvador, por exemplo, 71,1% são desse tipo, o que indica que lá a noção de responsabilidade [pelo domicílio] está mais concentrada em uma só pessoa", disse.

Ana Lucia Sabóia acrescentou que o levantamento mostra que existe uma tendência de que em domicílios ocupados por apenas dois indivíduos, a responsabilidade seja atribuída, com mais frequência, a ambos moradores.

Nesses casos, a responsabilidade compartilhada foi observada em 63,4% dos domicílios; em unidades em que também vivem outras pessoas, como filhos e outros parentes, a responsabilidade atribuída a mais de uma pessoa cai para 36,6%. 

Fonte: Agência Estado. 

Imóveis: novo patamar de preços


Muito se fala, hoje em dia, da valorização dos imóveis e da “tal” bolha imobiliária. Em um artigo muito inteligente e bem escrito do presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, no Estadão de hoje (17 de outubro), ele discorre sobre quanto vale um imóvel e o equilíbrio que se procura alcançar entre oferta e demanda. Será que o novo patamar dos preços dos imóveis está condizente com a realidade do País?
Descubra lendo o artigo abaixo:
O aumento de preços dos imóveis nos últimos anos trouxe a preocupação da existência de uma “bolha imobiliária” no Brasil, principalmente em razão da convulsão mundial gerada pela crise no setor imobiliário americano.
Para que possamos entender o que acontece no País, é necessário entender que “bolha imobiliária” acontece se os aumentos de preços forem dirigidos não por fundamentos econômicos, mas por mera expectativa de aumento futuro dos preços. Vale dizer, ainda, que o aumento de preços deve estar totalmente desvinculado das flutuações normais de mercado e de uma matriz consistente de custos.
De qualquer forma, quando se fala em preço, deve-se pensar em sua associação com o valor do bem. Quanto vale um imóvel? A resposta mais simples e direta é que vale o quanto pagam por ele. A decisão de compra, obviamente, está vinculada ao fato de que o bem a ser adquirido atende aos anseios e às necessidades do comprador, do ponto de vista qualitativo e quantitativo, se foi comparado às ofertas existentes, apresentou competitividade e, principalmente, se a forma de pagamento é adequada.
Outro fato relevante é que a flutuação de preços depende da relação direta entre o equilíbrio de oferta e demanda. E a demanda, no Brasil, não tem sido plenamente atendida pelo mercado por uma série de razões, que vão desde dificuldades com licenciamento e aprovação de projetos até a falta de infraestrutura para produção – equipamentos e mão de obra. Agreguem-se a esses fatores a escassez e o encarecimento dos terrenos –matéria-prima imobiliária – E causas vinculadas à legislação de uso e ocupação do solo. Estima-se que nos próximos dez anos deveremos produzir 1,9 milhão de habitações por ano, considerando o crescimento vegetativo do mercado e o déficit atual.
No Brasil, seguindo tendência iniciada nos anos 80, o número de arranjos familiares vai crescer de duas a três vezes mais do que a população, o que demandará mais unidades. Se o setor não tiver condições adequadas para produzir suficientemente e equilibrar oferta e demanda, o resultado poderá ser o aumento de preços.
É certo que o preço dos imóveis tem variado bastante nos últimos anos. Em que pesemos aumentos mais expressivos a partir de 2009, se considerarmos um período de análise maior, e descontarmos a variação do Índice Nacional do Custo da Construção Civil (INCC), veremos que o aumento real dos imóveis de 2002 até agora, na cidade de São Paulo, situou-se em 30%, porcentual que não pode ser considerado preocupante.
Outro fato interessante para avaliação é a análise do perfil de compradores da carteira da Caixa Econômica Federal, que detém aproximadamente 80% dos financiamentos imobiliários do mercado. Fica evidente que a maioria dos compradores, pelo menos 71% do total, está adquirindo seu primeiro imóvel e realizando o sonho de morar com dignidade,dentro de condições compatíveis com a possibilidade de pagamento. Portanto, longe de serem investidores que compram uma unidade pensando na valorização futura.
Muito se fala que os preços dos imóveis subiram acima da evolução dos salários. Contudo, o mercado de compra permanece. Como explicar isso?
A resposta está na manutenção da capacidade de pagamento dos compradores. O mesmo imóvel, se comparado seu preço atual como de dez anos atrás, tem hoje valor de venda proporcionalmente superior à evolução dos salários. Todavia, a alteração nas condições de pagamento, as taxas de juros baixas, o maior prazo de financiamento e de valor financiado em relação ao preço total do imóvel garantem a capacidade de aquisição da mesma unidade por aqueles que se mantiveram no mesmo patamar de renda.
Em razão dos fundamentos econômicos a que os preços estão atrelados, a conclusão é que não há possibilidade, neste momento, da formação de uma “bolha imobiliária”. Na verdade, o novo patamar de preços dos imóveis está condizente com a realidade econômica do País. Nada além disso.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo
Artigo escrito por: Claudio Bernardes (Presidente Secovi-SP)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Confira alguns mitos e verdades sobre o comércio imobiliário


Antes de finalizar a negociação, analise o contrato e se informe

Muitas são as dúvidas a respeito das normas de negociação no mercadoimobiliário. Na hora de alugar, vender ou comprar um imóvel é necessário ter muito cuidado para não fazer um mau negócio.

Entretanto, muito do que se ouve a respeito deste setor é mito e o que os especialistas recomendam é que todas as partes envolvidas na transação conheçam bem a respeito da legislação.

O vice-presidente do Sindimóveis do Paraná e diretor da imobiliária Sandri, Claudio Sandri, explica que a presença de um corretor ou de um imobiliarista é fundamental para o sucesso da negociação de um imóvel.

"O profissional conhece todos os trâmites e principalmente fica responsável por solicitar os documentos necessários para comprovar a integridade do comprador ou do inquilino", explica Sandri.

Ele comenta que muitas pessoas não contratam uma imobiliária ou corretor para não pagar comissão, mas esta aparente economia pode resultar em prejuízos. "Na transação direta, normalmente não são cobrados documentos importantes e o proprietário pode sair perdendo", frisa, acrescentando que no caso de financiamento a presença do profissional é ainda mais relevante, já que o processo é mais lento e burocrático.

Aluguel

No setor de locação muitos mitos também geram dúvidas entre proprietários e inquilinos. Uma delas é a respeito do direito sobre o imóvel.

Algumas pessoas pensam que o proprietário pode perder o imóvel para o inquilino, depois de cinco anos, se não houver contrato de negociação.

Sandri explica que o proprietário jamais perderá o imóvel, já que, mesmo em negociação verbal, terá os recibos que comprovam o recebimento do aluguel.

Anunciar o imóvel em várias imobiliárias é uma opção que passa pela cabeça das pessoas que precisam vender ou alugar o bem com urgência. O vice-presidente do Sindimóveis explica que essa é uma atitude que não é permitida pelo Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci).

"Quando o proprietário procura a imobiliária para anunciar o imóvel deve assinar uma autorização que consta a exclusividade da permissão. O cliente deve respeitar o prazo do vencimento para a negociação. Se o prazo acabou e o imóvel não foi vendido, aí sim, pode procurar outra imobiliária para anunciar".

Depois de entrar no imóvel, outra dúvida comum é sobre a responsabilidade de manutenção do apartamento ou da casa. Sandri esclarece que a responsabilidade do proprietário é entregar o imóvel em perfeito estado e quando o inquilino sai deve devolvê-lo nas mesmas condições.

Já em casos de problemas decorrentes de fenômenos da natureza, o proprietário é quem deve fazer os reparos necessários.

O pagamento do IPTU, também é mais um fator que requer conhecimento na hora de negociar o aluguel. De acordo com o imobiliarista, o proprietário é quem decide como o imposto será pago.

"Ele deve solicitar à imobiliária a inclusão de uma cláusula no contrato de locação, se preferir que o inquilino pague o imposto. Se a cláusula não constar no documento, o inquilino não precisará se preocupar", explica.

Quando sair

Muitos locatários temem que o proprietário solicite a saída do imóvel sem um aviso prévio e em contrapartida o locador também se preocupa com o inquilino que por algum motivo não queira deixar o imóvel.

"No fim de 30 meses de contrato, o proprietário não precisa justificar a solicitação do imóvel", diz Sandri. Porém, se o o pedido para saída do imóvel acontecer antes deste prazo, o locador deve justificar que necessita do bem para residir.

O imobiliarista observa que o proprietário deve pedir o imóvel com um prazo de no mínimo 60 dias, para que o locatário procure outro lugar para morar.

Fonte: O diario 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Repaginação para vender rápido o imóvel

Pouco usada no País, consultoria de home staging é apontada como receita que acelera as negociações de apartamentos ou casas 

Um conceito americano de marketing aplicado à venda de imóveis usados pouco adotado no Brasil tem ganhado espaço no País. Chamado de home staging, a técnica consiste em preparar visualmente um imóvel para a venda. Mas não se trata apenas de corrigir pequenos vícios de uso presentes e que podem desvalorizar a casa ou o apartamento. Trata-se de ir além e decorar o espaço de modo a torná-lo atrativo aos olhos do público-alvo do produto, despertando nele o desejo pela compra. 

"Entrar em um imóvel à venda e se deparar com indícios da personalidade de quem mora ali, como fotos de família, quadro do time favorito etc., pode reduzir o interesse de quem vem comprar, pois a pessoa não consegue se enxergar ali, diz a diretora de venda de imóveis de terceiros do Sindicato da Habitação (Secovi), Roseli Hernandes. "Por outro lado, entrar em um imóvel vazio, com fios de iluminação à mostra e aquela impressão de abandono é igualmente prejudicial", acrescenta a especialista.

"O home staging busca justamente dirimir esse quadro e busca criar um ambiente decorado, mas sem marcas muito pessoais. Ou seja, tem o objetivo de criar uma sensação agradável para uma quantidade maior de pessoas e, assim, aumentar as chances de venda", explica Wanderley Revert, proprietário da Revert Realce Imobiliário, empresa especializada na prestação desse tipo de consultoria.

Segundo ele, estudos feitos por uma associação de corretores dos Estados Unidos dão conta de que a decisão de compra do imóvel ocorre apenas 30 segundos após o comprador entrar no local. "Se a pessoa entra em ambientes bem decorados, no lugar de um local bagunçado ou vazio, a chance de ele querer morar ali e fechar a compra aumenta", acredita Revert.

No Brasil, segundo Roseli, não há dados do impacto desse remodelamento na decisão nas vendas, já que se trata de um conceito novo no País. Porém, de acordo com ela, nos Estados Unidos a velocidade da venda aumenta em 78%. "E oito em cada dez imóveis vendidos no país são decorados por esse trabalho."

Além de aumentar a velocidade da venda, o investimento no home staging pode também valorizar o bem à venda, como ocorreu com a administradora de empresas Débora Campos. Após mudar para um novo imóvel, ela precisava vender a casa antiga, de 500 m², localizada em um condomínio fechado.

"Recebi uma indicação e decidi contratar o serviço, já que a casa estava vazia. Em menos de uma semana estava tudo pronto, e a venda ocorreu no início deste mês", conta. Mais do que a velocidade com que com que concretizou o negócio, Débora comemora a valorização de mais de 30% no preço que pediu inicialmente pelo imóvel, valor que cobriu com folga o investimento.

O home staging, no entanto, não se trata de algo acessível apenas aos imóveis de padrão elevado, afirma a arquiteta Susana Damy-Lacy, que se especializou na prestação desse trabalho no Brasil. De acordo com ela, o cliente determina o tamanho das mudanças a serem realizadas.

"A pessoa pode tanto reorganizar o imóvel com aquilo que ela já tem quanto fazer uma reforma maior", diz. Nos imóveis que já estão desocupados, o cliente aluga a mobília até que a venda do bem seja concretizada.

Pagamento

A cobrança pelo serviço pode se dar com base nas horas trabalhadas do profissional contratado ou de acordo com um porcentual do valor de venda do imóvel. Este tipo de negociação é mais frequente nos projetos maiores, que envolvem reforma e locação de mobiliário para o local.

Apesar dos resultados positivos, o conceito do home staging ainda não deslanchou por aqui, avalia Susana. Para ela, o público brasileiro é resistente a esse tipo de novidade, já que o costume por aqui é oferecer o imóvel totalmente vazio para o comprador.

Para Roseli Hernandes, do Secovi, faltam, ainda, profissionais especializados no assunto. Por isso, a entidade já estuda a criação de cursos de formação para que os corretores possam auxiliar seus clientes nesse sentido e reduzir assim o tempo de venda dos imóveis.

"O comprador cansa de ver vários imóveis. Ele tem a intenção de fechar a compra o quanto antes. Sendo assim, se o vendedor está apto a preparar o imóvel para a venda, ele reduz esse tempo de procura", afirma. 

Reportagem de Leandro Costa

Fonte: Estadão 

sábado, 13 de outubro de 2012

Estrangeiros seguem o dinheiro em direção ao Brasil

THE NEW YORK TIMES 
Refletindo sobre as tempestades financeiras que fustigam a Europa e os Estados Unidos, Seth Zalkin, banqueiro americano vestido casualmente, tomava um cafezinho e parecia satisfeito com sua decisão de mudar-se para cá, em março, com sua mulher e o filho deles.

"Se o resto do mundo está afundando, este é um bom lugar para estar", disse Zalkin, 39 anos.

Para quem guarda uma recordação, mesmo que fraca, da crise da dívida vivida pelo próprio Brasil nos anos 1980, a ordem global foi colocada de ponta-cabeça. A economia dos EUA pode estar se arrastando de joelhos, mas no ano passado a do Brasil cresceu no ritmo mais acelerado de mais de duas décadas anteriores, e o desemprego está em baixa histórica, parte da transformação do Brasil de caso inflacionário perdido em um dos maiores credores de Washington.

Com salários que rivalizam com os de Wall Street, tantos banqueiros, gerentes de fundos hedge, executivos petrolíferos, advogados e engenheiros estrangeiros vêm se mudando para cá que os preços de imóveis comerciais de alto padrão este ano superaram os de Nova York, fazendo do Rio a cidade mais cara das Américas em termos de aluguel desses espaços, segundo a empresa imobiliária Cushman & Wakefield.

Uma mentalidade de corrida ao ouro domina o ambiente, com o número de autorizações de trabalho para estrangeiros subindo 144% nos últimos cinco anos, sendo que o contingente de profissionais altamente instruídos que vêm se radicando no Brasil é liderado por americanos.

Não é de hoje que empresários sentem-se atraídos pelo Brasil, e o mesmo acontece com vigaristas interessados em enriquecer rápido, sonhadores com grandeza amazônica e até mesmo foras-da-lei como Ronald Biggs, o britânico que fugiu para o Rio depois de seu grande assalto a um trem postal inglês em 1963.

Hoje, porém, as escolas que recebem alunos americanos e de outras famílias de língua inglesa têm longas listas de espera, apartamentos podem custar US$ 10 mil por mês nas áreas mais cobiçadas do Rio, e muitos dos recém-chegados são diplomados pelas melhores universidades dos EUA ou possuem experiência de trabalho nos pilares da economia global.

Chegando aqui, eles se deparam com um país que enfrenta um desafio muito diferente daquele que é encarado pelos EUA e a Europa: o receio de que a economia esteja ficando superaquecida.

Uma coisa que constitui um choque especial para os recém-chegados é a força do real. Isso pode beneficiar brasileiros que vêm comprando apartamentos em lugares como South Beach, em Miami, onde os imóveis custam cerca de um terço dos preços de imóveis equivalentes nos bairros de alto padrão do Rio. Mas prejudica os manufatureiros e exportadores brasileiros.

Assim, em uma tentativa de impedir uma valorização ainda maior do real, o Brasil hoje é um dos maiores compradores de títulos do Tesouro americano, elevando seus interesses em jogo na economia americana enfraquecida. É uma quebra nítida com o passado, quando Washington ajudou a montar pacotes de resgate para o Brasil durante suas crises financeiras.

"O Brasil está se saindo muito bem, mas, francamente, semana sim, semana não eu me pergunto 'quando isto vai acabar?'", disse Mark Bures, 42, executivo americano que se mudou para o Rio em 1999, em tempo de assistir a uma desvalorização abrupta do real e outras oscilações acentuadas na prosperidade brasileira.

Alguns poucos americanos que vivem no Brasil há mais tempo chegam a se recordar do último "milagre" econômico do país, no início dos anos 1970, quando o "Wall Street Journal" citou um banqueiro otimista no início de um artigo de primeira página, prevendo que "em dez anos o Brasil será uma das cinco maiores potências do mundo". Em lugar disso, o país acabou onerado com uma dívida externa assustadora.

O boom recente das commodities e o crescimento do consumo interno, resultado da expansão da classe média, ajudaram a converter o Brasil em potência em ascensão que se recuperou facilmente da crise financeira global de 2008. No ano passado a economia cresceu 7,5%, e a expectativa é que este ano registre crescimento de 4% --menor, mas ainda invejável nos Estados Unidos.

Apesar disso, o Brasil apresenta muitos desafios que podem desencorajar estrangeiros que chegam ao país. A legislação trabalhista dá preferência à contratação de profissionais brasileiros em lugar de estrangeiros, e o demorado processo de obtenção de um visto de trabalho pode surpreender quem não está acostumado à colossal burocracia brasileira.

Alguns economistas consideram o real a moeda mais sobrevalorizada do mundo, com relação ao dólar, e a inflação vem subindo (conforme evidenciam Big Macs por US$6,16 e martínis por US$35). As taxas de juros teimam em continuar altas, e analistas discutem a possibilidade de estar se formando uma bolha de crédito, na medida em que os consumidores continuam mergulhados em uma orgia de compras de tudo, desde casas até carros, que já vem acontecendo há anos.

O Brasil não está imune à turbulência nos mercados globais, e o real se enfraqueceu um pouco este mês. O mercado imobiliário carioca tem estado agitado com a aproximação da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, mas sua infraestrutura é insuficiente. Embora tenha diminuído em algumas regiões, a criminalidade violenta ainda assola grandes partes do país e também o Rio, que este mês enfrentou um incidente traumático de sequestro de um ônibus.

Mesmo assim, os estrangeiros vêm chegando, e as autorizações de trabalho para eles aumentaram mais de 30% em número apenas em 2010, segundo o Ministério do Trabalho.

"Eu só falava um português muito básico, mas pude perceber que este lugar estava vivendo um boom", contou Michelle Noyes, 29, nova-iorquina que organizou uma conferência de fundos hedge em São Paulo. Pouco depois disso, ela deu o salto: mudou-se para o Brasil para trabalhar em uma firma de gerenciamento de ativos.

"Me mudei da periferia do setor para o centro", disse Noyes, citando cinco outros americanos, dois de Nova York e três de Chicago, que estão se mudando para o Brasil este mês para tentar sua sorte.

Os americanos formam o maior grupo de estrangeiros que está se mudando para o Brasil, seguidos por contingentes de britânicos e outros europeus. Alguns vêm para contratos de trabalho temporários. Outros estão fundando empreendimentos pequenos ou grandes.

O americano David Neeleman, fundador da JetBlue Airways, recentemente criou a companhia aérea brasileira de baixo custo Azul. Corrado Varoli, italiano que comandava desde Nova York as operações latino-americanas do Goldman Sachs, agora comanda seu próprio banco de investimentos em São Paulo. Novas ponto.coms brasileiras como a Baby.com.br, empresa on-line de venda de fraldas no varejo fundada este ano por dois primos americanos recém-saídos de escolas de administração de empresas como a Wharton e a de Harvard, às vezes conferem ao Brasil um clima de bolha não muito diferente daquele que reinava nos EUA em 1999.

Outros estrangeiros vêm assumindo empregos em empresas brasileiras que estão crescendo com um boom resultante em parte do comércio do Brasil com a China.

"Nossos salários aqui no Brasil são pelo menos 50% mais altos que os salários pagos nos EUA por cargos estratégicos", disse Jacques Sarfatti, gerente para o Brasil da Russell Reynolds, firma que recruta executivos de empresas.

Estrangeiros competem com brasileiros que retornam ao país, vindos do exterior. "É muito evidente que o mercado de trabalho está tão ruim em outros lugares", disse Dara Chapman, 45, californiana que é sócia de um fundo hedge carioca, o Polo Capital. Ela disse que vem recebendo inúmeros currículos de interessados em mudar-se dos EUA para o Brasil.

As enormes descobertas brasileiras de petróleo na camada do pré-sal também vêm atraindo investidores e estrangeiros, entre os quais milhares de filipinos que trabalham em navios e plataformas petrolíferas marítimas. Para suas outras indústrias, o Brasil precisa de estimados 60 mil novos engenheiros, alguns dos quais precisam vir do exterior, em vista das insuficiências do sistema de ensino brasileiro.

"Eu me mudei para cá de Pequim um ano atrás e acho o potencial para o desenvolvimento profissional incrível", disse a chinesa Cynthia Yuanxiu Zhang, 27, gerente de uma empresa de tecnologia. "Já estou planejando estender minha estadia aqui para bem mais adiante nesta década."

Fonte: Correio do Estado